domingo, 25 de agosto de 2013

DIALOGUES DES CARMÉLITES, METropolitan OPERA, Nova Iorque, Maio de 2013 / New York, May 2013

(in english below)

 Dialogues des Carmélites é uma ópera de F Poulenc. O enredo pode ler-se aqui.

A encenação, velhinha, de John Dexter, é minimalista mas eficaz. No chão, ao longo da récita, ocupando todo o palco, está uma cruz branca onde as carmelitas aparecem prostradas. O carmélio é representado por 4 estruturas metálicas simulando colunas e, quando há diálogos com o exterior, aparece uma estrutura em forma de rede que separa as carmelitas do exterior. Um Cristo estilizado também aparece suspenso durante parte da acção. Só no final a revolução aparece espelhada no palco, com a entrada de soldados e do povo, antes da decapitação das freiras, já vestidas em trajos correntes. Uma encenação simples, agradável e que respeita a história da ópera.

O maestro francês Louis Langrée dirigiu.

O tenor americano Paul Appleby interpretou sem impressionar o Cevalier de la Force.
Também o seu pai, Marquis de la Force, interpretado pelo barítono Philip Skinner, foi banal.

A protagonista, Blanche de la Force, cantada pelo mezzo norte americano Isabel Leonard esteve muito bem, tanto vocal como cenicamente. Transmitiu insegurança e incerteza no início, determinação no final, como o papel exige.


 A melhor intérprete da noite foi o mezzo inglês Felicity Palmer como Madame de Croissy. Foi excelente na expressão do sofrimento lancinante e na expressão da quebra do comportamento que estaria obrigada a seguir.


 Também em grande forma esteve a irmã Constance interpretada pelo jovem soprano norte americano Erin Morley.

A Madre Marie, cantada pela norte americana Elizabeth Bishop foi outra das melhores da noite. Muito bem cenicamente, a voz é grande e sempre afinada.


 Finalmente uma palavra para outra cantora de voz poderosa, o soprano norte americano, Patricia Racette como Madame Lidoine que, contudo, já denota um vibrato apreciável.






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DIALOGUES DES CARMELITES,  Metropolitan Opera, New York, May 2013

Dialogues des Carmélites is an opera by F Poulenc. The plot can be read here.

The  old staging by John Dexter, is minimalist but effective. On the floor, along the whole performance, occupying the entire stage, there is on the floor a huge white cross where the Carmelites appear prostrate. The convent is represented by four columns in metal and, when there are contacts with the outside of the convent, a shaped structure that separates it from the outside appears. A suspended stylized Christ also appears during for part of the action. Only at the end of the revolution arrives on stage, with the entry of soldiers and the people, before the decapitation of the nuns, now dressed in current costumes. A simple staging, nice and respecting the story of opera.

French conductor Louis Langrée directed.

American tenor Paul Appleby sung without impressing the role of Cevalier de la Force.
Also his father, Marquis de la Force, played by baritone Philip Skinner, was commonplace.

The soloist, Blanche de la Force, sung by the North American mezzo Isabel Leonard was very good, both vocal and artisticaly. She transmitted insecurity and uncertainty in the beginning, determination at the end, as the role requires.

The best performer of the night was the English mezzo Felicity Palmer as Madame de Croissy. She was excellent in the expression of excruciating suffering and breakage of behavior that would be required for her to follow.

Very good was Sister Constance, interpreted by the young North American soprano Erin Morley.

Mother Marie, sung by North American Elizabeth Bishop was another of the best of the night. She was very well in the artistic performance and the voice was big and always in tune.

Finally a word for another singer with a powerful voice, North American soprano Patricia Racette as Madame Lidoine which, however, already denotes an appreciable vibrato.


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1 comentário:

  1. Caro Fanático,
    a sua crônica está despida da habitual veemência.
    Digo isto como elogio. O que pude apreender é que a encenação foi despojada, o tema "Carmelitas" já passa desprendimento, pobreza material. Mas tanta simplicidade muitas vezes representa imensa riqueza de conteúdo real - conteúdo espiritual...
    Perfeito, então, o seu texto!
    Um grande abraço de todos do atelier

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