terça-feira, 14 de outubro de 2014

Roberto Devereux com Edita Gruberova - Transmissão em directo a partir da Wiener Staatsoper - 17 de Outubro de 2014 às 18:30 h

Edita Gruberova no papel de Elisabeth I em Roberto Devereux na Wiener Staatsoper (imagem retirada da edição deste mês da Revista da Ópera de Viena - Prolog).
Na próxima sexta-feira, dia 17 de Outubro, pelas 18:30 (hora portuguesa), será possível assistir à transmissão em directo, a partir da Ópera de Viena, da ópera Roberto Devereux de Donizetti, tendo como protagonista, no papel da Rainha Elisabeth I, a Primadonna Assoluta Edita Gruberova.

A ópera será filmada e transmitida em directo não só num ecrã gigante no exterior do edifício da Ópera de Viena, na Herbert von Karajan Platz, mas também em livestreaming, a partir do seguinte site:

http://www.staatsoperlive.com/en/

A ópera Roberto Devereux, raramente levada à cena atendendo à dificuldade superlativa do papel da Rainha Elisabeth I, subirá ao palco da Ópera de Viena com aquela que é considerada a maior especialista actual neste papel: Edita Gruberova.

A cantora, que está a dois meses de completar 69 anos e que conta com quase 50 anos de carreira em palco, tem vindo a acumular sucessos inigualáveis, tendo inclusive estreado em palco, no ano passado, mais um novo papel a acrescentar ao seu vasto repertório: La Straniera de Bellini na Ópera de Zurique. Ainda este mês, a cantora brindará o público com mais uma récita de Lucia de Lammermoor, outro dos seus grandes papéis, inclusive já premiado internacionalmente (prémio Franco-Abbiati pela excelência da interpretação no papel de Lucia).

Em Roberto Devereux, a Gruberova tem a possibilidade de explorar todas as suas potencialidades vocais e dramáticas. É já célebre o seu desempenho na dramática cena final desta ópera, onde a Rainha Elisabeth I vive um momento de profunda dor e desespero pela morte de Roberto, que só uma artista da craveira de Gruberova consegue recriar na plenitude.

A não perder!

2 comentários:

  1. Muito obrigado, FanáticoDois, pelo oportuníssimo alerta para a transmissão de Roberto Devereux a partir da Ópera Estatal de Viena, na sexta-feira dia 17.

    Infelizmente haverá um bilhete (14 €) a pagar. Nem todas as casas de ópera compreenderam ainda que o investimento na difusão em directo através da net (livestreaming), longe de lhes retirar público, poderá ser um dos mais promissores meios de, a prazo, conseguir a renovação e o rejuvenescimento do seu público. É o caso da Wiener Staatsoper.

    Para nossa felicidade porém, outros teatros entenderam já isso, e proporcionam-nos gratuitamente o prazer de ver em directo (e não só) os seus melhores espectáculos.

    Exemplo disso é a Ópera Estatal da Baviera, em Munique, cuja próxima transmissão, da maravilhosa ópera Vec Makropulos, (O caso Makropulos) de Leoš Janáček, terá lugar no próximo dia 1 de Novembro.

    De qualquer modo, e voltando a Viena, quero complementar a sua preciosa informação com um dado que, se tal fosse necessário, serviria para convencer os mais cépticos acerca da indispensabilidade de ver a transmissão de sexta-feira.

    È que a encenação (que data de 2012) é de um senhor chamado Silviu Purcarete. Purcarete é um celebrizado realizador de cinema romeno que tem feito, desde 2010, algumas encenações de ópera em teatros europeus nos quais, por iniciativa de directores esclarecidos, se vão desbravando novos caminhos para a ópera (ou seja, a antítese do MET, por exemplo).

    Não tive até agora a oportunidade de ver ao vivo qualquer dos seus trabalhos, mas a sua versão da ópera L’Artaserse, de Leonardo Vinci (estreia em 1730), que foi produzida em 2012 pela Ópera nacional da Lorena em Nancy, e passou já este ano em Versailles, é de tal modo singular que me atrevo a dizer que constituirá doravante uma referência fundamental para o modo como vemos (e ouvimos) a ópera do período barroco. Esta encenação está disponível em DVD.

    De modo que Gruberova + Purcarete constituem só por si motivo que justifica o (escasso) investimento monetário.

    Esperemos apenas que o realizador da transmissão, cujo nome o sítio do teatro vienense não indica, não estrague o que deverá ser um belíssimo espectáculo.
    JAM

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  2. Vi a transmissão pela net a partir da Wiener Staatsoper: quakidade técnica superior, embora a realização não fosse brilhante.

    O encenador optou por uma rigorosa contenção de recursos cénicos, com um cenário único dividido em altura em três planos (andares), nos quais coloca, ou através dos quais faz movimentar os personagens principais, os elementos do coro, alguns manequins e estátuas várias.

    Neste cenário estático (dir-se-ia quase hierático), Purcarete consegue grande efeito dramático através de um superior delineamento e utilização da luz, e do belíssimo resultado do trabalho de direcção de actores.

    Resulta um produto teatral harmonioso que serve na perfeição a intriga do libreto de Cammarano.

    Edita Gruberova continua a revelar extraordinário conhecimento do papel e grande à vontade cénico, mas a perfeição técnica e estilística que ainda detém não é já suficiente para disfarçar o esforço e a debilidade de emissão claramente perceptíveis em múltiplas passagens.
    JAM

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