sexta-feira, 11 de novembro de 2016

OEDIPUS REX, Teatro de São Carlos, Lisboa, Novembro de 2016





A opera - oratória de Igor Stravinski com libretto de Jean Cocteau / Abade Jean Daniélou esteve em cena no Teatro de São Carlos numa encenação de Ricardo Pais, com Cenografia e Figurinos de António Lagarto e Desenho de Luz de Rui Pedro Simão.

Transcrevo o texto introdutório publicado pelo Teatro de São Carlos:
Stravinski compôs a ópera-oratória Oedipus Rex para celebrar os 20 anos de atividade artística de Diaghilev. O texto, escreveu-o Jean Cocteau, confiando-o posteriormente ao seu amigo e abade Jean Daniélou, que o reverteu para latim. Estreada em 1927 no Teatro Sarah Bernhardt, e não sendo uma das obras mais conhecidas de Stravinski, contudo uma das mais importantes, Oedipus Rex alicerça-se numa simplicidade sonora onde os intervenientes da tragédia de Sófocles se movem quase hipnoticamente, dando a impressão de estátuas vivas tal como pretendido pelo compositor. A natureza ritualística do drama é enunciada pelo speaker, assumindo-se o coro como um dos atores que comenta segundo os cânones da tragédia grega as contrariedades do jovem Édipo que, ao desvendar o enigma da temível esfinge às portas de Tebas, viria a transformar-se no mais humano e pungente dos mitos”.

Confesso que não conhecia a obra e não fiz o “trabalho de casa”, pelo que fui confrontado com o espectáculo sem me ter preparado previamente. E foi uma agradável surpresa. A produção apresentada no São Carlos é visualmente muito interessante. A simplicidade reinou e o resultado final foi bom.

A direcção musical de Leo Hussain teve alguns desacertos, sobretudo no início. Os solistas estiveram muito bem, ao nível do que seria desejável ouvir-se sempre no nosso teatro nacional de ópera.

 O Oedipus foi o tenor Nikolai Schukoff que nos ofereceu uma excelente interpretação, cénica e vocal. O pastor de Marco Alves dos Santos foi outra boa interpretação, como também esteve bem Davone Tines como Créon/Tirésias. A única senhora solista foi Cátia Moreso que foi uma Jocaste correcta mas algo dura. Finalmente o mensageiro/Narrador foi João Merino que quase não cantou, mas teve sempre uma boa presença.





Um bom espectáculo em São Carlos.




***

Sem comentários:

Enviar um comentário